Rugas da alma
Meu filho! Me deixastes neste asilo,
Sem demonstrar remorso ou mesmo culpa;
Com muita indiferença, sem vacilo;
Usando a ocupação como desculpa.
Eu sei que agora sou um empecilho,
Só não compreendo bem essa conduta,
De não se incomodar, viver tranquilo,
Fazendo da renúncia uma permuta.
Eu sempre te criei tão ternamente,
Por isso não entendo o gesto extremo,
De descartar um ontem tão presente...
Jogado aqui, abandonado a esmo,
Este teu velho reza, francamente,
Pra que teu filho nunca faça o mesmo!