CÁRCERE
CÁRCERE
Sob o piso, alicerce em cantaria
Cuja humidade sua o extenso arrimo.
As pedras esverdeadas já de limo
E os pés gretados sobre a laje fria.
Aonde jamais chega a luz do dia,
Entre sombras e breus, eu desanimo...
Mesmo o mínimo som passa por mimo
A quem habita só essa enxovia.
Uns camundongos mortos pelos cantos
Fedem terrivelmente no ar parado
Qu'eu insensível tenho respirado.
Todavia, apesar dos maus espantos
E as chagas exsudar de sangue e pus,
No escuro meu olhar ainda luz.
Betim - 01 08 2016