DESVARIO AMOR E ESPINHO
Eu vi... Envasado e em horrenda lama,
Em minh'alma... O que de bom eu tive
Abandona-me a glória, não mais ama,
Todo fulgor que em mim não mais vive!
De essa vida... Se algo amaldiçoa,
A estirpe o desdém o dó que infama
O mal, a cruz e o que me atraiçoa,
Calcina-me a irrisão, a fúria a chama!
Amar é luz, também é cravo e espinho,
É o padecer, perdão o que enaltece,
É o momento, ascensão amor e carinho!
No opróbrio há piedade há também prece,
No desvario há consolo um só caminho,
Outra vez... Num instante aquele esquece!