Eu?
Sou muito pouco, sou quase nada
um nada mesmo do que se chama gente
estou abaixo do trilho, sou o dormente,
sou o atoleiro se comparado a estrada.
Eu sou o rosto depois da bofetada
sou o cabelo que nunca viu pente
eu sou aquela piada indecente
eu sou o seresteiro sem madrugada..
José Roberto de C. Palácio, eu,
que desde menino a poeta se meteu,
e, se erra num, n'outro soneto acerta
A inspiração é quem sempre me salva,
pois ela, juntamente com min'alma,
ditam os versos e dizem: É dele, Poeta.
Josérobertopalácio