NO FORRÓ
Uma sanfona que geme.
As vistas do tocador
Sobre a mulher que se espreme
No corpo do dançador.
No lusco–fusco da sala,
A coreia nunca para.
A voz de quem canta ou fala
Não se escuta nem dá cara.
Lamparinas poluentes,
Querosene. Olor? fedor?
O que acham casais presentes?...
Mas juras de amor frequentes
E namoros com pudor
Há entre noivos ardentes.
Salvador, 2006.