NO FORRÓ

Uma sanfona que geme.

As vistas do tocador

Sobre a mulher que se espreme

No corpo do dançador.

No lusco–fusco da sala,

A coreia nunca para.

A voz de quem canta ou fala

Não se escuta nem dá cara.

Lamparinas poluentes,

Querosene. Olor? fedor?

O que acham casais presentes?...

Mas juras de amor frequentes

E namoros com pudor

Há entre noivos ardentes.

Salvador, 2006.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 31/07/2016
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