NECESSIDADE
Fartura de faltar,
A carência de tudo
E só falta, contudo,
No pouco a ressaltar.
A vacância da sorte
Vem maltratar a vida
Ao abrir a ferida
Do seu chamar da morte.
E, assim, mistério traz
Na voz grossa, não franca,
Medonha qual carranca.
Tal bicho horror nos faz,
Tem sua cara pálida,
Horrenda e esquálida!
Salvador, 2006.