SERVENTIA

SERVENTIA

Minhas rimas não servem a ninguém

E nunca estarão presas a cadenas.

Não têm algum senhor; nenhum mecenas.

Ignoro até se fazem qualquer bem.

São lumes que não sabem a que vêm

E, ainda que as escreva a duras penas,

De mim para mim têm servido apenas.

Desejo que a vós-outros soem, porém.

Digo-vos d'elas como se de mim:

– "Sede livres do mal que tanto amais!"

Obrigado vos sou, quer não; quer sim...

Talvez julgando-as menos, sirvam mais.

Perfazendo com qu'eu seja, outrossim,

Liberto 'inda que já tarde demais.

Betim – 17 07 2007

RicardoC
Enviado por RicardoC em 31/07/2016
Reeditado em 01/08/2016
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