SERVENTIA
SERVENTIA
Minhas rimas não servem a ninguém
E nunca estarão presas a cadenas.
Não têm algum senhor; nenhum mecenas.
Ignoro até se fazem qualquer bem.
São lumes que não sabem a que vêm
E, ainda que as escreva a duras penas,
De mim para mim têm servido apenas.
Desejo que a vós-outros soem, porém.
Digo-vos d'elas como se de mim:
– "Sede livres do mal que tanto amais!"
Obrigado vos sou, quer não; quer sim...
Talvez julgando-as menos, sirvam mais.
Perfazendo com qu'eu seja, outrossim,
Liberto 'inda que já tarde demais.
Betim – 17 07 2007