Por trás da cortina...
Por trás da cortina... Vejo o horizonte
No abraço da névoa, se apequenando...
E o manto leitoso, apenas mostrando
Figuras difusas... Muito distante.
Baloiça a cortina... E vejo rasgando
A manta branca, implacável e constante,
Os raios do sol, como diamante,
Com brilho de joia nos ofuscando.
Como a natureza, a vida é inconstante:
Por momentos passamos por neblina;
Caminhos incertos atormentando.
Tudo é fugaz, seja perseverante.
A névoa desfaz porque vem raiando
O sol brilhante por trás da cortina.