O RETRATO

Ao pintor Murilo Santos Almeida

A imagem, à parede, emoldurada,

Não representava um quadro qualquer;

Era mais que um retrato de mulher;

Quem sabe uma mentira congelada.

A Monalisa que em pose, focada;

Debochava desse amor de nós dois,

Não temia o que viesse depois,

Que a verdade me fosse revelada.

O pálido instantâneo da maldade,

É a prova de que não há mais saudade

Só o recorte de um tempo, latente.

E se foram falsos todos os beijos

Assim como as promessas e desejos

Não há filhos, contraprovas da gente.

Misael Nobrega
Enviado por Misael Nobrega em 26/07/2016
Reeditado em 22/10/2023
Código do texto: T5709180
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