NAU DE MIM
O barco que partira da Marina
Singrando as águas, levou-me a bordo;
E, refletindo min'alma, transbordo,
Naquele céu espelhado azul-piscina.
Melancólico vi, pela retina,
A minha vida passar à estibordo;
Ninguém deveria mesmo estar de acordo
Com aquilo que nunca se termina.
Ao longe, tudo parece parvoíce;
Porém, o que importa na velhice,
Senão os anos que restam pra sonhar?.
O sol que se punha dourava a praia,
Dizendo ao mar que eu não me retraia..
E foi embora pra não me ver chorar.