O PRESO

Vive solto na prisão,

Num quadrado, sem ação,

Sendo um homem sem visão

Na jaula da maldição.

Encalha na lentidão

E na falta de extensão.

Sua dor é a solidão

Que o leva à meditação:

Sente o transcorrer dos anos,

Dos seus amigos no olvido

E do passado de enganos.

E é, se lhe vem a soltura,

Um ex–preso, um falecido,

Uma infeliz criatura!

Salvador, 2006.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 24/07/2016
Código do texto: T5707693
Classificação de conteúdo: seguro