O PRESO
Vive solto na prisão,
Num quadrado, sem ação,
Sendo um homem sem visão
Na jaula da maldição.
Encalha na lentidão
E na falta de extensão.
Sua dor é a solidão
Que o leva à meditação:
Sente o transcorrer dos anos,
Dos seus amigos no olvido
E do passado de enganos.
E é, se lhe vem a soltura,
Um ex–preso, um falecido,
Uma infeliz criatura!
Salvador, 2006.