O MORTO VIVO

Impotente ser novo,

Sem nada, sem dinheiro,

Que é da cara do povo

– Sem mar e marinheiro!

Nessa existência inválida,

Arrasta–se bem lento

E mostra, à face pálida,

Seu trauma e seu tormento.

Distante de ser forte,

Falto na marcha ou porte

Inspira compaixão.

A sua alma o levanta,

Mas quase sempre o espanta

A visão de um caixão.

Salvador, 2006.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 24/07/2016
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