O MORTO VIVO
Impotente ser novo,
Sem nada, sem dinheiro,
Que é da cara do povo
– Sem mar e marinheiro!
Nessa existência inválida,
Arrasta–se bem lento
E mostra, à face pálida,
Seu trauma e seu tormento.
Distante de ser forte,
Falto na marcha ou porte
Inspira compaixão.
A sua alma o levanta,
Mas quase sempre o espanta
A visão de um caixão.
Salvador, 2006.