AMOR DE CONTRATO
Envergonha-se a alma no desdobrar da carteira
Que a fraqueza da carne a tem humilhada
Pela soberba impondo a cegueira
Negociando a vontade de ser amada
Se não foi bom pra você
Não há de ser bom pra ninguém
Talvez pra aquele que crê
Seja amor o que não lhe convém
Em que tudo tem a vida um preço
Sobra-lhe o prazer mórbido do vazio
Verdugo do sublime valor do auto-aprêço
Ao não refrear as energias de um cio
Foje-lhe a felicidade pra outro endereço
Por sequer respirar num amor mercantil