AMOR DE CONTRATO

Envergonha-se a alma no desdobrar da carteira

Que a fraqueza da carne a tem humilhada

Pela soberba impondo a cegueira

Negociando a vontade de ser amada

Se não foi bom pra você

Não há de ser bom pra ninguém

Talvez pra aquele que crê

Seja amor o que não lhe convém

Em que tudo tem a vida um preço

Sobra-lhe o prazer mórbido do vazio

Verdugo do sublime valor do auto-aprêço

Ao não refrear as energias de um cio

Foje-lhe a felicidade pra outro endereço

Por sequer respirar num amor mercantil

Jairo Lima
Enviado por Jairo Lima em 19/07/2007
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