JUNHO, QUEDO

A Zenilda Lua

Este solstício, bem próprio de mim,

Arrasta-me feito às horas do dia;

E, por não expor a minha agonia

Sofro, fingindo estar feliz assim.

Nestas sazões, a reflexão comum

Diz-me que o segredo está na prece;

E, acreditar nisso, mais parece

Não enxergar Deus em lugar algum.

O melhor é continuar resistente,

A esperar que o tempo seja obediente,

Já que a vida (de certo) nos planeja...

A noite, enfim, declina por completo;

Da janela vejo surgir, discreto:

Um novo sol que sobre mim flameja.

...

Este solstício, bem próprio de mim,

Arrasta-me como as horas do dia;

E, por não expor a minha agonia,

Sofro, fingindo estar feliz assim.

Nestas sazões, a reflexão comum

Diz-me que o segredo está na prece;

E, acreditar nisso, mais parece

Não enxergar Deus em lugar algum.

O melhor é continuar diligente,

Ou esperar que o tempo seja obediente...

O tempo passa e a vida nos planeja

A noite, enfim, declina por completo;

E da janela vejo surgir, discreto:

Um novo sol que sobre mim flameja.

Misael Nobrega
Enviado por Misael Nobrega em 22/07/2016
Reeditado em 24/10/2024
Código do texto: T5705202
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