Soneto da vastidão
De tão vasta não se vê o horizonte
De tão farta me sacia as noites e dias
Calma, ocupa espaço e tempo
Doida, me mostra o rosto essa fantasia
De tão cálida me dá a chuva
Tórrida, queima-me a mão
Ácida, me estapeia com a realidade
Deliciosa, me devolve à ilusão
Apenas há de pintar um quadro
Tela que fale de verdade em flor
Enquanto me é proibido o fruto
Objetos inanimados
Enquanto a vida passa veloz
Corpos queimados, distância atroz