Soneto que Atravessa a Noite para Olhar o Dia Nascente
Vi da noite o vento que soprava
de uma nuvem caminhando a esmo
a lua acima pujante flutuava
e a poesia era de outro eu mesmo
que derramava o sangue na página
bebendo a pena de um outro verso
na mente extensa como luz halógena
a refletir o ambíguo transverso.
Vi da noite a fumegante estrela
na madrugada a névoa derradeira
e o lusco-fusco a rejuvenescer
trazendo a aurora do amanhecer
e a inspiração então foi o feitiço
que retratou novo literatiço.