Flor de ciclâmen
A Arca da Graça, Flor de Ciclâmen,
abri na hora da minha morte. Amém.
Guerra-Duval
Na minha derradeira hora, suprema,
os campos de meus lôbregos olhares,
fanarão as noctívagas das flores.
E o céu d'alacridade, seu emblema,
tornar-se-á mais roxo pelas dores,
que carrego, além d'outros mais sofreres...
Sorvendo-me a míngua do mortório,
e contemplando o trágico destino;
flores dentre as mais belas em silêncio,
adornarão o olhar meu cristalino.
Anêmica a mão flébil, da Tristeza,
tocará delicada, finalmente,
os meus olhos tão cheios de pureza,
perdidos na penumbra opalescente...
***
São Paulo,
12 de junho de 2012.
* Versos decassílabos no ritmo heroico (6ª e 10ª).
** A disposição estrófica está em alternativo parnasiano.