A VIDA DESTEMPERADA

Fez–se de si mesmo o êmulo

De um ser solitário e trêmulo

Cujo futuro é incerto,

Tão distante, nunca perto.

Tem a existência sem cerne,

Algo que não lhe concerne,

Pois é só um vagabundo,

Uma incongruência do mundo!

Por tão longo espaço flui

Sem ver homens como Ruy,

De modo algum seu fronteiro...

Simples ente do revés,

Que é onde alcançam seus pés

Mergulhados no atoleiro!

Salvador, 2006.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 14/07/2016
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