A VIDA DESTEMPERADA
Fez–se de si mesmo o êmulo
De um ser solitário e trêmulo
Cujo futuro é incerto,
Tão distante, nunca perto.
Tem a existência sem cerne,
Algo que não lhe concerne,
Pois é só um vagabundo,
Uma incongruência do mundo!
Por tão longo espaço flui
Sem ver homens como Ruy,
De modo algum seu fronteiro...
Simples ente do revés,
Que é onde alcançam seus pés
Mergulhados no atoleiro!
Salvador, 2006.