Eu não me rendo!

É assim! Meu soneto não se ajeita

não tem rima, não tem canto, é ruim

mas me meto a fazê-lo, inda que, assim

mesmo, digam que sou poeta de sargeta.

É assim! Em mim nada se vê de esteta

meu mal é que estou sempre a fim

de fazer versos, sem começo, meio e fim

e na métrica siga de forma incerta.

Como parar? Eu não sei, não sei como!

É qual roupa que eu lavo e não gomo,

mas o bom é que com o verso eu me entendo.

A cada dia ele me ensina mais um pouco

e, gasto palavras e não fico rouco;

Enquanto o papel não briga eu não me rendo.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 14/07/2016
Reeditado em 14/07/2016
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