Eu não me rendo!
É assim! Meu soneto não se ajeita
não tem rima, não tem canto, é ruim
mas me meto a fazê-lo, inda que, assim
mesmo, digam que sou poeta de sargeta.
É assim! Em mim nada se vê de esteta
meu mal é que estou sempre a fim
de fazer versos, sem começo, meio e fim
e na métrica siga de forma incerta.
Como parar? Eu não sei, não sei como!
É qual roupa que eu lavo e não gomo,
mas o bom é que com o verso eu me entendo.
A cada dia ele me ensina mais um pouco
e, gasto palavras e não fico rouco;
Enquanto o papel não briga eu não me rendo.
Josérobertopalácio