Velho violão

Conchegava-se a fresca da noitinha

ao portal da minha querência

onde debruçava um violão que vinha

me acompanhando na vida a eflorescência.

Desafinado, me olhava das trevas do tempo

condoído pela dor que o peito me resserra,

como se quisesse, nas cordas, me passar alento,

me esbrasear a alma, quedar-me nessa terra.

Nas minhas penas, o mais sincero confidente;

quando eu flanava, desatinado e intranqüilo,

um acorde no silêncio atroz se fez latente.

Hoje, uma trenodia no violão se faz presente

e não me importo mais se não ouví-lo,

pois vou me aquerenciar num som onipotente.

Chaplin
Enviado por Chaplin em 18/07/2007
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