Saudade traiçoeira

Saudades, longas saudades, o que me queres

se não podes desenterrar de minh’amada

os beijos nem fazer com que meu peito

volte a arfar de encontro ao seio dela?

Que me queres se me dano a chorar

a desventura com todas as dores

que Deus me deu por direito chorar?

Se na minha lira dobram sinos de agonia

desses versos que eram todo meu sonhar,

desfazem-se agora em tristes pesadelos.

Nem ungir-me a boca poderia o tempo

ou fechar meus braços dessa cruz farpada,

atraiçoado que fui por teus punhais, Saudade!

Chaplin
Enviado por Chaplin em 18/07/2007
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