DOMINGUEIRA
DOMINGUEIRA
Havia uma luz rara àquele dia,
Quando nos negativos e nos olhos
A alegria gravada sem refolhos
N'um teu sorriso a mim se traduzia.
Quando, através da lente, acontecia:
Pelos jardins fechados a ferrolhos,
Brincas à relva, catando vãos restolhos,
Tornada, em cor e luz, fotografia.
Jamais fui tão feliz, jamais tão sã
Fora uma luminosa e só manhã
Onde o teu sorriso o sol rebrilha.
Como prova de que a alegria existe sim
E a trouxeste, de graça, para mim,
Eu guardo este retrato, minha filha.
Betim - 08 12 2005