Enquanto não passa a chuva
É cedo, cubra-se no meu edredom,
Ouça da chuva o som sem tantos medos,
Sem degredo e tonto em meu batom,
Vista-se em mim, luva, descubra segredos.
Abrigue no meu dentro; faça-o teto,
Risque concreto com suas digitais,
E no meu cais aporte em céu aberto,
Transporte-me sem véu em seus pluviais.
Recolha-me em seus varais e me estenda,
Nos lençóis sem escolha o infinito,
Acolha-me em nós; desejo negrito.
Anote em mim sua tez, arme tenda,
Surpreenda-se; meu vinho de decote uva,
E outra vez, enquanto não passa a chuva.
Uberlândia MG
http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/
1º poema da série de 3 que publicarei atendendo ao pedido
Andrade de Campos
para o 2º sarau poético do RL
*meu convite é geral a quem quiser.