O afago e a pedrada
Que o meu verso não seja só palavra
De fé, de amor, de força, de carinho...
Que seja também uma atitude brava;
Uma rasteira, um soco no focinho.
Que a poesia em mim não seja escrava,
De algum estilo mais comportadinho.
Que eu não precise usar da mesma lavra
E nem seguir qualquer fiel caminho.
Que o verso toque e que também golpeie;
Que possa confortar algumas dores;
Que o medo de arriscar nunca lhe freie.
Que a minha inspiração cause tormentos...
Um sussurro de amor aos sofredores
E um grito apavorado aos sonolentos.