O afago e a pedrada

Que o meu verso não seja só palavra

De fé, de amor, de força, de carinho...

Que seja também uma atitude brava;

Uma rasteira, um soco no focinho.

Que a poesia em mim não seja escrava,

De algum estilo mais comportadinho.

Que eu não precise usar da mesma lavra

E nem seguir qualquer fiel caminho.

Que o verso toque e que também golpeie;

Que possa confortar algumas dores;

Que o medo de arriscar nunca lhe freie.

Que a minha inspiração cause tormentos...

Um sussurro de amor aos sofredores

E um grito apavorado aos sonolentos.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 11/07/2016
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