Soneto Ser em correntes
É inacreditável ainda perceber
Teu poder cruel sobre mim
Cruel, sim, minha senhora tristeza
Tu fizestes de mim, um Ser em correntes.
Injetou sem coração no meu,
Uma adrenalina de insegurança
Que reage à cada troca de olhar
Ao tentar deixar-lhe no espaço do esquecimento.
Ao tocar ardentemente, à cada dia, meu rosto
O sol além da pele, queima tua imagem
Porém é tão pouco, ao entardecer, te redesenho.
O frio corta e as estrelas brotam
Mais uma noite cai e, eu, mais uma vez
Aguardo a tristeza do amanhecer.