Liberdade! Quero existir!
A luz que a espada de poesia espelha
Faz com que a concha se abra e a pérola
Saia, esta brilha anda mais e semelha
Um sol a brilhar perante a auréola
De uma princesa que guarda no interior
O amor e dor de amar, mas sempre
Esperando o príncipe encantado por
Acreditar que existe um homem que ame
E seja perfeito, sem defeitos, mas encontra,
No final das contas, um organismo animal
Igual ao dela, ele pela paz perante os outros,
Ele, pelo ódio perante os mesmos, e entra
Num sistema perverso de relacionamento tal
Que não sobra espaço para homem; solto,
O homem pede liberdade, não para o mal,
Mas para o bem a si mesmo, meio egocêntrico
Para um poeta, mas o homem tem tal
Direito quando, sem amor, ele sou o que fico
Quando não tenho o direito de dizer
O que penso e sair por aí fazendo
Exercícios, dizendo a liberdade por poder,
Mas nem rir posso sem que gozando
Venham me assediar o rosto, como se
Eu não dispusesse do direito de espaço
Sobre o meu corpo, mas nenhuma pessoa
Compreende um homem que
Não sabe amar o direito que faço
Eu, o meu direito, livre, que doa,
Funcionar para aquele que o não tem,
Mas ninguém o percebe porque são
Totalmente incompetentes e sem
Consciência dos direitos, então
Peço neste poema que me deixem
Existir, mas quem sabe o futuro
De um poeta que conhecem
Aqueles que o odeiam pelo puro
Sentimento de realidade sem sentido?
Uma realidade sem fundo de verdade,
Remetendo à loucura mais insana!
Por isso peço liberdade, pois sendo
Estou um pobre coitado, sem liberdade
Para rir, que eu faça uma corrida bacana...