Encore

À quem devo culpar pela minha existência

Pela ausência d’um gesto amável e da poesia

Pela melancolia e pela eterna ausência

Que eu sinto de paixão e alegria

À quem condenar pela minha alma cansada

Pelas bandeiras hasteadas e pelos funerais

Pela tarde cinzenta, pela conversa fiada

Pela esmola negada, e por todo o demais

Minha vida é floresta onde o urso é lamento

Me sobra a tristeza e me falta o alento

Pois invade o meu peito danosa fumaça

Vendo a minha alma e o meu tempo

Vendo, para assim obter alimento

Pra manter de pé essa débil carcaça.

Tim Soares
Enviado por Tim Soares em 06/07/2016
Reeditado em 14/11/2022
Código do texto: T5689131
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