O AVIADOR
O AVIADOR
Contra o vento me inclino feito avião
Co'os braços esticados para trás...
O ar passa e seu arrasto bem me faz
Alçar voo sem tirar os pés do chão.
Brinquedo de menino grande ou não,
Cuja imaginação me impele, audaz,
Às alterosas serras onde jaz
Um Sabarabuçu d'ouro e ilusão.
Ventania de julho na invernada,
Quando o topo da serra neblinada
S'esconde recoberta d'alvas névoas.
Tornam-me, em devaneio, um aviador
As nuvens a baixar em meu favor,
Junto da passarada e suas révoas.
Belo Horizonte - 02 07 2016