Soneto da Saudade

Não guardo mais das chuvas o sabor,

nem bebo mais dos cheiros do jardim...

...minhas noites parecem não ter fim

e meus dias são repletos de amargor!

Tal cenho que marcado se enegrece,

tal fera fustigada que tirita,

minha alma, na vigília, se entristece...

...no leito escuro só se martiriza!

Chorando elevo minhas mãos aos céus:

"Por que tenho sentido tanta dor?

Se foste vida...mas foste só amor..."

Pois sabem todos, os justos e os réus:

"A morte mata logo e já descansa;

a falta mata mais e nunca amansa".

Dowg G
Enviado por Dowg G em 03/07/2016
Reeditado em 17/12/2018
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