NA MEIA LUZ DO OLHAR...
No mágico instante da meia-noite,
Na verdade, em que tudo se divide,
Tanto o passado em brisa e açoite,
Quanto o presente que ainda insiste.
Essa lua em meio sono, tão torpe,
Meu olhar em te lembrar persiste,
No leve brilhar azul entre outras cores,
Onde o vermelho olhar assim resiste.
Não há meio lembrar... Isso não existe,
Nem meio amar, ou seria tão triste,
Quanto a meia inteira dor de amores.
Minha vida inteira em meio ao eclipse,
Do qual tua face é sombra e consiste,
Em lindos pesadelos e dissabores.