Lamenta o poeta os parcos louvores que rende a Deus
A loa que eu elevo, meu Senhor
(aquela que me empenho), se Te atinge,
releva-a quando a vires, seu valor
é grande pelo intento e jamais finge,
à sombra, uma intenção ou falso amor.
Meu gabo é lhano como o da siringe
das aves, que do dia canta o alvor;
e eu, à Luz que a alma guia e cinge.
Escuto as Tuas súplicas: nutri-me
a sede! Em meu deserto a terra enxuta
escavo, até que noto algo sublime.
Ó, falsas oferendas de quem luta!
Ungido o pano em fel — eis o meu crime! —,
o entrego a quem por mim tanto labuta...