CONCRETUDE
CONCRETUDE
Lança mão de imagens enquanto lavras
As palavras ao encanto de seus sons.
E, embora achando versos muito bons,
Evita os demais poetas e suas lavras.
Visto que tu, como eles, escalavras
Os muros sempre cinzas e marrons.
Que depois, grafitados de mil tons,
Violentam o concreto com palavras.
Deixarás tua marca pelas ruas
Como cenário a quanto acontecia
Entre homens vãos e damas seminuas.
Tuas obras nos mostrem, todavia,
Nas curvas do concreto que insinuas
As serras onde raia um novo dia.
Belo Horizonte - 24 04 2016