Mendigo de terno!

Será que meus sonetos chegam aí?

Quase ninguém me diz se os recebe.

Melhor mesmo é trancá-los em minha sebe

pois, parecidos, não estragam qual abacaxi!

É que, muito empolgado, eu me impeli

a mostrar que, embora sendo da plebe

dos poetas, pudesse um dia, quem sabe,

subir um pouco, mas sinda estou aqui.

Porém não fecharei o meu caderno!

Continuarei gastando as canetas

pois não desistirei de imitar estetas.

Sigo, na arte, a mendigar de terno.

Aliás, por diversão, nenhuma meta.

Mas é remédio para uma vida quieta.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 30/06/2016
Reeditado em 30/06/2016
Código do texto: T5683029
Classificação de conteúdo: seguro