O feitiço do tempo
Todo dia o meu dia se repete,
Tão infinitamente tedioso.
A rotina me doma, submete,
Esse meu existir triste e rançoso.
O tempo faz de mim marionete,
É insípido, insosso, é amargoso.
A imagem dessas horas só reflete,
Alguém sem atitude e sem arrojo.
É sempre a mesma coisa, todo dia,
É todo dia sempre a mesma coisa,
Sem ar, sem luz, sem cor, sem alegria...
Assim é minha vida nessa lousa,
Nada se escreve quando deveria
E quando deveria ousar, não ousa.