O convite do poeta
Eu sou mulher e desejo o ventre humano,
Não como um homem e o sou, mas o beijo
Com que sonho não é aquele enfadonho
Que continua pelo organismo e desejo,
Mas um beijo que faça os meus poros
Exalarem o amor angelical, o puro pudor
De carícias e carinhos que eu adoro
E que me fariam o ser perfeito em fulgor
Mais feliz do mundo, mas qual parte sou?
Serei humano, anjo, homem, mulher?
Mas eu sou apenas o verso de um poeta,
Então o choro que a sua solidão e eu
Produzimos neste canto será que quer
Alguém participar, chorar junto, nesta estética?