FORTALEZA

FORTALEZA

Tal-e-qual sentinela nas ameias,

Eu conheço das noites tanto breu,

Que ao andar na solidão não sou mais eu,

Sim a névoa ao clarão das luas cheias.

Longe, avistava os campos e as aldeias

Que amo como se tudo fosse meu.

Súbito a vida então me pareceu

Igual uma ampulheta a encher de areias...

Senti tanta ternura d'essa gente,

Cuja existência feito grãos escorre

Enquanto o mundo apenas segue em frente.

Talvez visse a ir-e-vir ao pé da torre,

Contemplando as estrelas, de repente,

Outra nova a brilhar por um que morre.

Betim - 22 06 2016