A MORTE DO ANTICRISTO

Dórmito; o gigante civilizado alcança os céus.

Regorjeia a saga insólita, em tons de mel.

Verga-se, contorce-se, despe seus véus.

Vermes corroem seu corpo; sumo cruel.

Viris venenos da carne; traição nunca vivida,

Lânguidas sombras masculinas d'um bordel.

Engasga ao subir. Seus nervos sem vida

Franzem a pele escura e cravejada

De virtude negada e fulgor fingido,

Insípida de gozo; desperdiçada.

A lança inocula a chaga imaculada.

Ri de ti, alma depravada e senil.

Mágoas sensatas, deram-te o céu,

Deram-te Nada. Você não existiu.

Hernâni Arriscado - A Morte do Anticristo.

Hernán I de Ariscadian
Enviado por Hernán I de Ariscadian em 26/06/2016
Código do texto: T5679567
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.