CULTO À SAUDADE
No quarto, ficou tudo abandonado:
Suas roupas, alguns outros objetos...
Sonhos... Planos... Nossos desejos secretos
E até um retrato amarelado...
No criado, aquele livro empoado...
Na cama, nossos lençóis prediletos,
Que, mesmo distantes dos seus afetos,
Mantêm seu perfume impregnado...
E assim, ficou tudo inalterado,
Perdido nas lembranças do passado,
Num ar mortiço que a tudo invade...
Ninguém pode entrar sem meu comando;
Só eu entro ali, de vez em quando,
Para prestar meu culto à saudade...