ÍNTIMA SOLIDÃO (soneto)

Árida é a solidão que inspira o cerrado

Tão nostálgica e árdua no meu contentar

A que provém da saudade a me chamar

Em murmúrios, além, do vivido passado

Aquela que se perde no horizonte ao olhar

Que chora no entardecer de céu rubrado

E traz na brisa, a maresia, no seu ventado

A que me faz relembrar, calado à saudosar

Ampla, melancólica, é a solidão no cerrado

Uiva nas planuras em vagidos dum soluçar

Nos pousando vazios no chão cascalhado

Mas, a solidão abafada, que faz lacrimejar

É a que domicilia comigo, no meu sobrado

E que existe íntima e triste no meu trovar

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

22 de Junho de 2016 – Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 22/06/2016
Reeditado em 05/11/2019
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