SABER (soneto)

No cerrado vi um peão a toda brida

Pelos cascalhados da árida estrada

Do meu sonho não entendia nada

Se eu estava na morte ou na vida

Entre folhas ressequidas, adormecida

Uma caliandra, sendo colhida por fada

Em cachos, no beiral da lua prateada

Numa tal tenra pálida beleza já vencida

E nesta ilusão a ele fiz uma chamada

Vós estás de chegada ou de partida?

O tal peão, O Tempo, de sua cruzada

Respondeu: não tenho alguma parada

Levo comigo o podão de toda a vida

A caliandra colhida, é tua infância perdida.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

Junho de 2016 – Cerrado goiano

Parodiando Júlio Salusse

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 21/06/2016
Reeditado em 05/11/2019
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