DIAMANTE BRUTO
Eu sou um bruta montes, mas que pensa,
que sabe pensar versos tão singelos,
num paradoxo da recompensa
que é arrancar de mim versos tão belos.
Não sei se esse contraste me compensa,
se brutos amam, ou fazem paralelos,
se fazem rimas, ou fazem a diferença,
ou tudo que pensam acaba-se em farelos.
Sou bruto como um certo diamante,
na lapidação eu fico conflitante,
mas amo e versos me saem da boca.
Sinto uma flor exalar seu perfume,
mas ardo em fogo de tanto ciúme,
pois este amor em mim é coisa louca.
(YEHORAM)