Karranka dos poetas
Dizei-me Poeta, és Rei tão insensato!?
Rei dos candangos e da cocada-preta
Tira versos da fumaça, nada de careta
No occipício toda borra do impensado!
Oras! pensas aqui, todo penso acolá
Desdenha da escadaria rumo ao vazio
Desmonta do cavalo-de-fogo com frio
Nada de asno com rédea-curta. Oxalá!
Todavia, à deriva de si tropeça noutros
Rochedos, donde quebra a máscara...
Máscara que deveras usa como louros
Pacato leitor que lê tudo, nada entende
Ora! o Humano sai com a mesma cara...
Cara que deveras, todo dia és contente!