GRILOS
Os grilos continuam cricrilando
Nos ramos da memoria, nos ouvidos,
Desconcentrando com seus alaridos
A paz que há tempos vinha no comando.
São tantos os cricris atormentando
A confiança cega de anos idos
Minando o amor flechado por cupido
Num velho coração que vive amando.
Não há necessidade, pois de ouvi-los,
São apenas insetos voadores
Tagarelando, com os seus cricridos.
Princípios são a base dos valores
E não serão aqueles pobres grilos
Que irão ruir bons laços só de amores.