Quando a noite cai
Quando a noite cai
E cada vapor seu se esvai,
Consigo ver por trás desse etéreo véu
O choro de cada anjo que se perdeu
Banhando seus seios em meio a lágrimas,
Como aquelas cartas póstumas
Que algum parente que no passado antigo nos deu
Pelas mãos de nossas mães,
Carregadas das mortas lembranças,
Dos idos sonhos que se perderam,
Que um viveram e no mundo suas marcas deixaram.
Quando a noite cai, contigo todo calor se consome,
Como fogueira que ao som do crepitar dança sua última valsa,
Rodopiando alegre tal qual efêmero vaga lume!
JP 18 de junho de 2016