De mim para mim

Era florida, cor multicor,

Azul tinha seus olhos.

Para acarinhar ainda de delicadeza,

Um rosado estampava os lábios, num rubor.

Eu pensava nela e via estrelas,

Eu a desejava e um encanto pairava;

Como tão ela era apenas ela,

Isso de mim não saía, em mim morava.

Céus! Que doce me inundava,

Ou lucidez eu perdia ao vê-la.

Ao tê-la, ao sê-la!

Flores, fosses flores que ninguém fosses,

E tantas vidas se refletiam quando sopravam amores,

E tão ingênua, no espelho eu me desconhecia e me amava.

Carla Ferreira

21/04/06