CAMPONÊS
No horizonte ainda é madrugada,
O céu se faz de prata ao luar,
Não se ouve ainda a revoada
Dos pássaros bisonhos a sonhar...
A verde relva repousa calada,
Enquanto sorve o sereno do ar;
E as fugazes estrelas da alvorada
Inda não desistiram de brilhar...
Mas, tendo aos ombros a sua enxada,
Lá vai ele da roça se ocupar;
Da terra que lhe foi predestinada,
Ver com suor o pão frutificar...
No horizonte ainda é madrugada
E o céu se faz de prata ao luar.