CANDEEIRO DE LUZ
 
De algum porto de onde nunca se partiu
Envolta em sonhos e estranhas sintonias
O ser contempla, mergulhado em fantasias
Um dilema que em verdade, nunca existiu
 
Não existo, não me encontro, desconheço...
O afunilável túnel da efemeridade do tempo...
Se versejo, são frutos vãos do pensamento,
No eterno ofício, a semear um recomeço
 
Venho de um Universo onde morro distante
E renasço em cada vida, verso de instante,
Ocultando em sombras, o coração sangrento...
 
A verter rubros matizes, estragos da alma;
Trago a luz, suspenso, um candeeiro na palma
E em vão essa luz não me alcança por dentro.