A LUA BÍGAMA.

O Sol queimou as asas do anjo caído,

Não conseguira mais fazer concessão.

Pequeno celeste ingênuo e distraído,

O que fizeram-te para estares ai aflito?

Era função deste alcançar imensidão,

Mas fizera voto, dar luz ao casal catito.

Pobre dama filha da lua de Maio.

Ela mesma rasgou o vestido numinoso

Entregou-se ao reflexo do mar lacaio

E cristalina rendeu-se ao mar vaidoso.

Afundaria inerte à gravidade do firmamento?

Escolhas são sempre dela, pobre anjo vadio.

O mesmo Sol que a pedira em casamento

Não mais a vê - inciava-se um eclipse tardio.

Hernâni Arriscado - A LUA BÍGAMA.

Hernán I de Ariscadian
Enviado por Hernán I de Ariscadian em 11/06/2016
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