TRIBUTO À MORTE
Achega-te a mim, ó Rainha Morte!
Fere minh'alma com teu aguilhão.
Tua sombra voraz trará melhor sorte;
Teu jugo fatal, a libertação.
Da cova maldita faz-me consorte.
Ermo sepulcro da escuridão!
Com peito desnudo, clamo teu corte;
Para, enfim, falecer na solidão.
A ti não temo, ó indesejada!
Venero-te a ti, cruel companheira.
Estendo-te a mão sem medo, sem nada.
Tua voz sinistra e não-lisonjeira,
Chamando-me a mim pra'o fim da jornada,
Eu hei de atender de forma ordeira.
(EDUARDO MARQUES 25/07/15)