Poesia e purificação

A poesia é dois braços abertos

De encontro a um abraço infinito

Palavras que vão do silêncio ao grito

Multidão que irá povoar meu coração deserto.

Ora, carências, nada mais são que rumores

Quando ela, a poesia, suplanta todo o pesar

De quem a vida inteira, nada mais que esperar

Num longo vazio, fez por doce amores

Mas quem dera toda a pedra dura entre caminhos frágeis

Das pessoas boas, sofridas pela vida ingrata

Migrasse para um poema em purificação

É sabido: nem todo poema é somente abraços

Às vezes é-nos um desenho de curtos passos

De alguém em longa estrada sem sequer direção.

lucheco
Enviado por lucheco em 15/07/2007
Reeditado em 16/10/2007
Código do texto: T566315